Power metal
O power metal é
associado a um gênero, por assim dizer, com origens incertas e heranças que vão
desde o speed metal, heavy metal até uma forte inflûencia da música erudita,
observada em alguns subgêneros. Alguns autores não consideram o Power Metal
como um subgênero bem definido do heavy metal propriamente dito, mas atenuam
principalmente o movimento em si como uma vertente do surgido no final dos anos
de 1970, rotulando-o, às vezes, de Second Wave of British Metal, uma vez que há
uma discussão quanto ao berço do estilo.
A teoria corrente
hoje defende a ideia que o estilo foi fundado por Kai Hansen e Michael Weikath
no começo do Helloween, fazendo uma versão mais melódica e rápida do heavy
metal, e que mais tarde esse novo estilo veio a ser chamado de power metal.
Hoje o power metal
é um estilo com seus próprios subgêneros e gêneros de fusão, cada um com suas
particularidades, uns mais "pesados", outros mais
"melódicos", outros possuem uma linha tênue, quase imperceptível
quanto ao "peso" do subgênero. Por ser um estilo que em suas origens
procurou fundir outros, concretizou a ideia de "fundir para inovar",
mas sempre mantendo as raízes tradicionais que marcam o heavy metal, como
distinções melódicas e distorções instrumentais.
O gênero possui em
suas letras temas bastante variados, bandas como Blind Guardian e Rhapsody of
Fire têm preferência por temas como a fantasia, medievalismo e misticismo.
Também é possível encontrar músicas românticas, como no Sonata Arctica, outras
com muita positividade: Stratovarius, assim como temas políticos e até mesmo
religiosos, como em canções do Gamma Ray e Running Wild. O estilo das letras é
fortemente influenciado pela literatura, principalmente fantasiosa, no estilo
de J.R.R. Tolkien e C.S. Lewis.
Características do
estilo
O estilo é
distinto pelo retorno ao tradicional heavy metal que vinha se perdendo em
estilos mais "duros" e divergentes, como o death metal; o estilo marcante
no power metal tratou, como ideia original, de conservar as principais
características do gênero.
Segundo o
musicólogo Robert Walser, duas características se sobressaem no que ele chama
de metal melódico: Primeiro, o padrão melódico se distingue por longas notas,
que dão sensação de poder (daí a origem do nome) e intensidade. O uso de
sustenidos, assim como o som "rasgado" das distorções contribuem
principalmente para o som mais bruto e extremo. Segundo, o uso de síncopes dos
vocalistas em suas linhas melódicas tornam a música singular e dão o tom inesperado
tão marcante do estilo.
O vocal geralmente
é caracterizado por uma voz limpa e suave (Timo Kotipelto), ou mais grave (Rolf
Kasparek), sem gutural. Muitos vocalistas de bandas do gênero tem em suas características,
a capacidade de obter notas extremamente altas com vocais agudos, e mantê-las
por um longo período de tempo. É comum os vocalistas construirem linhas vocais
prolongadas, assim como inserir sílabas entre os compassos, de modo que ao
mesmo tempo em que se desconstrói um metodismo existente na música, se constrói
o lirismo em combinação com os instrumentos.
A utilização de
duas guitarras é indispensável para o power metal (apesar de em raros casos uma
única guitarra ser usada tendo como apoio um teclado, por exemplo, como dito
abaixo), sendo elas velozes como as do speed metal, e harmônicas como as do
heavy metal. Tendo solos em quase a totalidade das canções. Algumas bandas como
Stratovarius, Rhapsody of Fire e Sonata Arctica utilizam somente uma guitarra e
ao invés de outra guitarra, utilizam um teclado, sendo este tão veloz como a
guitarra. É comum também, ao longo da melodia, o volume, compasso ou
ressonância da guitarra ser amenizada propositalmente com o objetivo de
valorizar passagens em que o vocalista assume o papel principal na música.
Assim como na
guitarra, o baixo deve haver velocidade em sua maneira de tocar, seguindo o
mesmo compasso da bateria. Explorando muito também técnicas como tapping (bater
nas cordas com as pontas dos dedos) e slap (bater e puxar as cordas). E não
raramente o uso de palhetas para um som mais pesado e articulação limpa.
Aos bateristas é
reservado a opção de escolha entre bumbo duplo ou não, sendo que na maioria das
vezes eles optam por utilizarem dois bumbos. Normalmente tocada com seqüência
de batidas em semicolcheia.
Instrumentos
alternativos são normalmente usados no gênero, característica obtida na Europa.
A constante utilização de teclados é normal na musicalidade do estilo, assim
como o uso de elementos sinfônicos.
Popularização
global
Apesar de existir
bandas do gênero na América do Norte, o estilo não é popularizado como um
estilo influente neste local, mas sim um estilo underground.
Sua maior
concentração de fãs, são basicamente europeus de países onde a cena é mais
forte, como: Alemanha (onde se encontra as principais bandas do gênero), Itália
e países escandinavos. E também em massa no Japão, Coreia do Sul e América do Sul,
onde se destaca principalmente: Brasil, Argentina e Chile.
Países como
Inglaterra, França, Grécia e Espanha aumentaram muito seu número de fãs nos
últimos anos e já é possível perceber um número significativo de bandas do
gênero surgidas por lá.
A Rússia também
possui uma forte cena, porém, grande parte das bandas, tais como Ария,
Мельница, Ольви, Эпидемия, Король И Шут, ДДТ, etc., optam por cantar em russo,
fazendo com que não sejam muito conhecidas no mundo ocidental.
Cenas regionais
Alemanha: O
teutonic power metal (referente aos teutões, povo germânico) é mais pesado e
utiliza-se menos teclados. A sonoridade soa muito comum ao metal tradicional,
neste país que surgiu o power metal, e onde se encontra o maior número de
bandas do gênero, como: Gamma Ray, Helloween, Blind Guardian, Running Wild,
Grave Digger, Edguy, Primal Fear, Masterplan, Freedom Call, Mob Rules, Heavens
gate etc.
Japão: O power
metal japonês é bastante melódico, clássico e por vezes com sonoridade
progressiva e veloz, com letras geralmente sobre fantasia, época medieval,
romance e emoções humanas. A grande banda que iniciou este movimento e que é
considerada uma das bandas que iniciou o power metal moderno foi X Japan nos
anos 80,outras bandas começaram a surgir mais tarde como Galneryus que ganhou
fama pelos seus instrumentais complexos, Concerto Moon, Ark Storm e mais
recentemente a banda de symphonic power metal Versailles que tem ganho fama
mundial muito rapidamente.
Itália: O power
metal italiano é melódico, normalmente clássico com sonoridade progressiva, com
pesadas letras fantasiosas, com uma particularidade muito veloz. Essa cena
explodiu nos anos 90, e ainda há bandas fortes no cenário do metal, como
Rhapsody of Fire, Labyrinth, Thy Majestie, Mastercastle, Elvenking e Vision
Divine.
Suécia: Uma
espécie de fusão entre a cena italiana e alemã. O power metal sueco
caracteriza-se por um som mais ruído, porém com menos velocidade que o
italiano, e com menos influências tradicionais como o alemão. Como
representantes pode-se citar as bandas Hammerfall, Falconer e Dragonland.
Finlândia: A
Finlândia assim como a Itália, possui um power metal mais melódico, com fortes
influências da música clássica. Duas bandas famosas do país são: Stratovarius e
Sonata Arctica.
Brasil: O Brasil
já tem uma certa tradição no power metal, embora suas bandas não sejam muito
conhecidas no país, possuem renome mundo afora. As bandas mais conhecidas do
gênero são: Angra, Shaman e Hangar.
Subgêneros
• Power metal clássico: também conhecido
como American power metal, surgiu em meados dos anos 80, derivado da fusão
entre o heavy metal e o power metal. Possui um estilo mais “violento” que o
Europeu, tendo como foco os vocais e os riffs de guitarra. E dispensam o uso de
Teclados. Tem influencia de bandas do cenário do heavy e do power metal, como:
Savatage.
Bandas: Manowar,
Jag Panzer e Crimson Glory
Obs: Esse estilo,
por não ter se desenvolvido muito, permanece até hoje no underground americano.
• Power metal melódico: surgiu na Europa
e teve seu auge nos anos 80, com principais representantes na Alemanha, Itália
e Países Escandinavos. Prega temas inteligentes com positividade. Utiliza-se de
vocais limpos. Suas principais influencias são a música folclórica e a música
clássica,
Bandas:
Stratovarius, Sonata Arctica, Freedom Call, Edguy, Altaria e Revolution
Renaissance.
• Extreme power metal: caracteriza-se
por seus vocais rasgados e letras violentas, no geral bandas de death metal
melódico que interpretam vários elementos do power metal. Esse subgênero foi
mais forte nos países ao norte da Europa, como a Finlândia.
Bandas: Children of Bodom, Norther, Kalmah.
• Folk power metal: uma derivação de
folk metal e power metal, inspira-se em elementos medievais e fantasiosos em
suas letras.
Bandas: Falconer,
Elvenking.
• Progressive power metal: uma variação
do metal progressivo, com elementos de power metal, utiliza-se de elementos
complexos em suas composições.
Bandas: Angra,
Adagio, Blind Guardian, Dragonland, Galneryus, Kamelot, Savatage, Shaman e X
Japan.
Compasso 4/4
• Power metal sinfônico: subgênero do
power metal, com a utilização de instrumentos sinfônicos clássicos (teclados,
flautas, etc). Caracteriza-se também por vocais limpos e agudos, é erroneamente
classificado algumas vezes como subgênero do power metal progressivo devido aos
seus aspectos sinfônicos,porém é facilmente perceptível as diferenças entre os
subgêneros, o power metal sinfônico normalmente usa a clássica batida 4/4
(Aglomeração de quatro tempos, primeiro tempo é acentuado, segundo e quarto são
fracos e o terceiro tem intensidade intermediária), não usa ritmos complexos ou
experimentações advindas do fusion ou do rock progressivo, somente se utiliza
de teclados num contexto puramente power metal.
Bandas: Nightwish, Dark Moor, Rhapsody of Fire, Luca
Turilli's Dreamquest, Versailles e Cain's Offering.
• Thrash-power metal: subgênero do power
metal com forte influência de thrash metal."power metal americano(u.s.
power metal)" Tem como característica vocais limpos e guitarras
agressivas. Com origens nos Estados Unidos pela fusão do classic power metal
com o thrash metal americano.
Bandas: Iced Earth, Sanctuary, Metal Church, flotsam
and jetsam e Demons & Wizards.
• Medieval power metal: subgênero inspirado
no heavy metal, com características medievais marcantes e uso da literatura
fantasiosa em suas letras.
Bandas: Blind
Guardian, Hammerfall.
• Power-doom metal: é a junção do power
metal com o doom metal tradicional, neste estilo se encontra guitarras pesadas
do doom metal tradicional dos anos 80 e bateria rápida e veloz do power metal .
Banda: Memory
Garden.
• Pirate metal: é uma variação do power
metal com letras temáticas de piratas, retratando seu estilo de vida, bebida,
batalhas marítimas e mulheres.
Bandas: Running
Wild, Alestorm.
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